BELO HORIZONTE (MG) – Uma menina alegre, que tinha comportamento de criança, gostava de brincar, adorava maquiagem e sonhava em ser advogada. É dessa forma que um familiar da adolescente de 12 anos, encontrada morta nessa terça-feira dia 16 de janeiro, em frente a uma casa no bairro Bela Vitória, na região Nordeste de Belo Horizonte, descreve a vítima. Ela cursava a sétima série e era muito querida por parentes e amigos.
O familiar, que preferiu não se identificar, também conta que a menina e a irmã, de 10 anos, passaram a ficar sozinhas em casa há cerca de dois meses para o pai poder trabalhar. Até então, segundo ele, o homem pagava uma pessoa para ficar com as garotas, mas teve de dispensar a funcionária por questões financeiras.
“O pai e a mãe dela moravam juntos, mas tinham muitos conflitos, então a mulher acabou deixando as meninas com ele. A mais velha tinha dois anos na época”, conta ele. No entanto, as duas ainda tinham contato com a mãe, e a vítima estaria indo visitá-la no dia em que o crime aconteceu.
“A menina sempre falava que queria ser advogada, mas não explicava por que escolheu essa profissão. Ela era apenas uma criança, se comportava como criança”, diz o homem.
Relembre – A menina de 12 anos foi achada sem vida, nesta terça-feira dia 16 de janeiro, em frente a uma casa no bairro Bela Vitória, na região Nordeste de Belo Horizonte. Um homem de 25 anos foi preso, após ser flagrado por uma câmera de segurança deixando a adolescente desacordada no local. A Polícia Civil investiga o caso.
Conforme o boletim de ocorrência, nas imagens do circuito de monitoramento, é possível ver os dois entrando em uma casa por volta das 10h desta terça. Às 13h30, o homem aparece com a menina desacordada nos braços. Ele a coloca no chão, entra na residência e fecha a porta.
Aos policiais, o homem disse que desconhece a vítima. Ele afirma que estava no campo de futebol do bairro Nazaré, quando a menina apareceu e lhe pediu água, pois passava mal, com falta de ar. O suspeito também disse que ela usava a droga loló.
O homem relata, ainda, que levou a menina para dentro de casa, onde ela teria continuado a inalar loló. Ele alega que ela começou a sentir falta de ar, quando a levou para fora, na calçada, e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
A PM, no entanto, na ocorrência, alega que o relato do homem “não condiz com as imagens”. Isso porque no vídeo é possível ver que o suspeito deixa a vítima na rua, “sem prestar socorro”. A vítima foi identificada pelo próprio pai.
O médico do Samu responsável pelo atendimento afirmou que a vítima estava com o queixo rígido. Isso indica, segundo o registro no boletim de ocorrência, que “a morte ocorreu muito tempo antes do acionamento”. A perícia não identificou sinais de violência no corpo.
Na casa, os policiais encontraram um preservativo usado. Apesar do relato do homem, os militares não encontraram loló na residência, mas recolheram resquícios de frascos de cocaína. Os materiais serão periciados.
Ainda conforme a PM, o suspeito possui passagens por tráfico de drogas, furto e estupro de vulnerável.
Fonte: O Tempo