LAGOA SANTA (MG) – Um homem de 52 anos, que se passava por coronel do Exército, foi preso, nesta quinta-feira (3), suspeito de praticar o crime de estelionato. O “predador sentimental” se aproximava das vítimas, iniciava relacionamento amoroso com elas e depois de conseguir pegar dinheiro com elas colocava ponto final na relação. Uma das mulheres teve prejuízo de R$ 300 mil.
“Tiramos de circulação um elemento que causa dano imenso às suas vítimas, porque ele prejudica de forma muito grande o psicólogo de suas presas. Ele trabalha no que o ser humano tem de mais frágil: os sentimentos”, disse o delegado Júlio Wilke, em entrevista coletiva.
O suspeito conhecia as vítimas pelas redes sociais e pelo convívio no dia a dia, conforme explicou o delegado. “Ele vai por meio de mentiras conquistando a vítima e a envolve e suga tudo que pode tirar de material desta vítima. A pessoa apaixonada pelo homem que se mostra como príncipe acabava tomando prejuízo milionário”.
Os valores eram obtidos com a justificativa de que o dinheiro seria utilizado para investimentos em empresa que ele criava com os nomes das vítimas, mas sem elas saberem.
“Uma das vítimas repassou R$ 300 mil em espécie, em diversas parcelas; outra R$ 15 mil e uma outra mais de R$ 50 mil e um carro”, detalhou o delegado Gustavo Xavier.
Investigação – Os trabalhos investigativos começaram em meados de outubro de 2021, após uma das mulheres terem percebido que havia caído no crime de estelionato e procurado a polícia.
“O homem tem diversas passagens por estelionato, já ficou preso por pensão alimentícia e tem mais de 20 ocorrências de estelionato, mas poucas vítimas foram até a delegacia”.
O delegado conta ainda sobre o modus operandi do suspeito. “Ele envolvia com as vítimas e falava que era coronel do Exército. Só que ele prestou serviços temporários na década de 1980. Ele se comportava como alguém do Exército para passar imagem de alguém bem sucedido. Assim ele conseguia a confiança das vítimas e obtia os valores”.
Xavier explica que neste tipo de caso é fundamental a vítima procurar a delegacia para fazer a representação criminal. Somente depois disso que os trabalhos, de fato, começam. Atualmente apenas três vítimas foram até a unidade policial.
“As vítimas têm vergonha, mas não há do que se envergonhar. Se não fizer a representação nós não podemos fazer nada”.
Prisão – A Polícia Civil solicitou a prisão preventiva do homem e cumpriu o mandado na manhã de hoje na cidade de Lagoa Santa. “Ele estava em uma obra de construtora e foi dado ordem de prisão. Será encaminhado ao sistema prisional”, informou Xavier.
Roupas e broches do Exército que eram utilizadas foram apreendidas. A prisão para este tipo de crime é de 1 a 5 anos de reclusão.
Fonte: O Tempo