SANTA MARIA DE ITABIRA (MG) – Na sexta-feira, dia 28 de julho, a população de Santa Maria de Itabira foi surpreendida por uma postagem em rede social, publicada por Damon Lázaro de Sena, diretor clínico do Hospital Padre Estevam – único da cidade para atendimento de urgência e emergência. Na postagem, o médico, que também realiza atendimentos na unidade, informou: “Já que ninguém avisa, vou avisar por aqui. Não teremos médico plantonista nos dias 29 e 30 de julho, nem dia, nem noite, no Hospital Padre Estevam (HPE), em Santa Maria de Itabira”.
Segundo a Secretaria de Saúde da cidade, não houve qualquer comunicação formal por parte da direção de hospital, que é administrado pela Associação de Proteção à Maternidade e à Infância de Santa Maria de Itabira. De acordo com Isabela Lott, secretária municipal de Saúde segmento, “a informação só chegou ao nosso conhecimento com a chuva de telefonemas que recebemos no nosso setor de atendimento, pessoas da população buscando esclarecimento”.
Interpeladas por meio de ofício, a diretoria da entidade, por meio do seu presidente e provedor do hospital, Ari Virgílio, informou, por via oficial, que se tratava “de uma postagem pessoal não oficial” do diretor clínico e que já haviam conseguido “um profissional para estas datas em aberto”.
Aproveitamos o contato com a administração municipal para conhecer melhor a relação existente com o Hospital Padre Estevam, que já possui mais de meio século de funcionamento e uma relação sempre conturbada com o poder público.
Procurado por nossa reportagem, o prefeito Reinaldo das Dores Santos ofereceu um panorama sobre o suporte existente no período de seu início de gestão e como tem sido o relacionamento com Hospital Padre Estevam, prestador de serviço contratado para garantir o atendimento de urgência e emergência à população de Santa Maria e as situações ocorridas ao redor da cidade.
“Quando assumi meu primeiro mandato, em janeiro de 2017, encontramos uma situação bem difícil no hospital. Os funcionários estavam a três meses sem salários e sem terem recebido o 13º salário até então e sem perspectiva. Buscamos, a duras penas, regularizar essa situação e o repasse, nessa época, era de R$ 60 mil por mês. Após a regularização, aumentamos o valor, passando o contrato dos serviços de urgência e emergência para R$ 90 mil mensais. De lá para cá, temos feito reajustes no contrato, muito acima da inflação, além de repasses adicionais todos os anos, doações de equipamentos, insumos, medicamentos básicos, oxigênio e até a manutenção de uma ambulância moderna, recentemente adquirida, à disposição do hospital”, informou o prefeito Reinaldo Santos.
Conforme os relatórios apresentados à nossa reportagem, correspondentes à última gestão do prefeito, a soma dos valores repassados ao hospital, desde janeiro de 2021, é de R$ 4,7 milhões. E de acordo com o prefeito, fora os equipamentos repassados em doação – que envolvem monitor cardíaco, cinco camas hospitalares, bomba de infusão de medicamentos, aparelho de ultrassonografia, etc… – ainda são disponibilizados mensalmente, o consumo de oxigênio medicinal, medicamentos não hospitalares, materiais de limpeza, materiais de uso administrativo, a disponibilidade da ambulância com custeio de combustível e manutenção. “Somando isso tudo, só nos últimos três anos, mais de R$ 1,5 milhão adicionais entraram no hospital dessa maneira indireta, além do pagamento do contrato dos serviços de urgência e emergência, sempre rigorosamente em dia, todos os meses. Meu compromisso com a saúde é com a população de Santa Maria de Itabira, não só no atendimento dos postos e das equipes, mas no tratamento fora do município e também com a qualidade de atendimento no hospital. Todos os avanços que as diretorias do HPE puderam realizar nesses anos, foi podendo contar com a certeza da responsabilidade da Prefeitura de fazer os repasses sempre em dia e buscar, junto aos nossos parceiros, outros benefícios para a melhoria da unidade”, desabafou Reinaldo Santos.
Isabela Lott informou que o atual contrato de prestação de serviços de urgência e emergência do hospital tem o valor mensal de R$ 166.500, dando cobertura a uma média de 1.200 consultas/mês, enquanto o HPE tem realizado média de 900 consultas/mês, conforme relatórios enviados à Secretaria de Saúde, na prestação de contas periódica. Tomando por base o valor do contrato em janeir de /2017 (R$ 60.000,00), os valores atuais correspondem a um aumento de 177,5%, enquanto a inflação do mesmo período é de apenas 39,45% (dados do www.ibge.gov.br).
“Nosso contrato com o hospital é o de maior valor anual da Prefeitura inteira, mas como já disse, meu compromisso com a saúde da população também é o maior de todos. Sempre tive isso como bandeira principal de nossa administração e assim continuará sendo até meu último dia como prefeito. Nosso relacionamento com o Ari, provedor atual do hospital, sempre foi transparente, de parceria e firmado dentro de nossa capacidade de manter os compromissos. Espero, sinceramente, que meus sucessores tenham esse mesmo respeito por essa instituição que faz parte da história de Santa Maria de Itabira”, finalizou Reinaldo Santos.