CONTAGEM (MG) – As investigações da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) sobre o abuso sexual cometido contra três menores de idade em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, resultaram na prisão preventiva de um homem, de 52 anos. O investigado foi detido com apoio da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), na cidade de Silva Jardim, na baixada fluminense.
Entre as vítimas, com idades entre 7 e 16 anos, estão uma filha adotiva e duas sobrinhas do investigado. Após intenso trabalho investigativo, no dia 14 de março de 2024, a PCMG e PCERJ prenderam o suspeito na casa de familiares, no Rio de Janeiro.
Segundo o chefe do 2º Departamento, delegado-geral Reinaldo Felício Lima, “Trata-se de uma investigação bastante célere, visto que o fato chegou ao conhecimento da Polícia Civil em janeiro deste ano”.
Levantamentos apontam que homem estaria no Rio de Janeiro, mas já planejava fugir para outro local.
Denúncias – As investigações iniciaram depois que a sobrinha do suspeito, atualmente com 27 anos, procurou a Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher (Deam) em Contagem para relatar os abusos, sofridos dos 7 aos 10 anos. Após denunciar o tio, outra sobrinha também narrou que teria sido abusada pelo investigado, dos 10 aos 16 anos. No momento da denúncia, as duas informaram que o homem tinha adotado três crianças e temiam que elas também fossem alvo de violência sexual.
No decorrer das investigações, a filha mais velha do investigado, hoje com 17 anos, confirmou ter sofrido abusos por parte do pai, o que, inclusive, ocasionou a mudança dela para o estado do Rio de Janeiro, na tentativa de fugir das violências constantes.
“Ela tinha muito medo de voltar para o abrigo e que os irmãos também tivessem que voltar para lá e, consequentemente, os irmãos ficassem separados”, contou a delegada que coordena as investigações, Mellina Clemente.
A equipe da Deam em Contagem apura se os outros dois filhos adotados pelo investigado também foram alvos de abusos. As investigações prosseguem.
Modo de agir – Conforme explicou Mellina, as sobrinhas do investigado ficavam na casa dos avós, que moram no mesmo lote em que reside o suspeito, enquanto as mães trabalhavam. Inclusive, as meninas tinham o hábito de ir à casa do tio para assistir televisão, já que os avós não permitiam o uso do aparelho na casa deles. Era nesse momento que os abusos ocorriam.
“Não houve conjunção carnal, mas ocorreram diversos atos libidinosos. Outra coisa que chamou a atenção é que ele passava vídeos pornográficos para as vítimas”, acrescentou Mellina.
Alerta – Por fim, a delegada ressalta a importância de não negligenciar relatos e atitudes de crianças e adolescentes em casos de violência sexual. Segundo Mellina, à época dos fatos, a sobrinha do investigado chegou a denunciar o tio para familiares, porém, nenhum deles acreditou na menina, impactando na continuidade do crime, na geração de outras vítimas e na pretensa credibilidade que possibilitou ao homem a adoções de três crianças.
“É muito sério acreditar na palavra da vítima, dar esse valor, e deixar a cargo da Polícia Civil investigar. Nos casos de violência sexual, a palavra da vítima tem um especial valor”, reforça a delegada.
Fonte: Polícia Civil de Minas Gerais