BRASIL – O uso de lenha residencial no Brasil cresceu 1% em 2022 e alcançou o maior volume dos últimos 13 anos. As famílias consumiram 24,2 milhões de toneladas de lenha, aumento de 225 mil toneladas em relação ao ano anterior.
Esse crescimento é resultado direto da queda na demanda do gás de cozinha (GLP) de 13kg, cujas vendam caíram 1,8% no ano passado, o equivalente a 188 mil m³.
A análise é do Observatório Social do Petróleo (OSP), com base no Balanço Energético Nacional 2023, divulgado nesta quarta-feira (28) pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). De acordo com os dados, o uso de lenha nas residências regrediu entre 2007 e 2013 e voltou a crescer nos anos seguintes, atingindo seu maior patamar no ano passado.
“O consumo de lenha em 2022 é o maior desde 2009 e a demanda de GLP é a menor da década”, afirma Eric Gil Dantas, economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais.
Ainda segundo Dantas, o principal responsável pela alta do botijão de gás e sua substituição pela lenha residencial foi o aumento dos preços causado pelo Preço de Paridade de Importação(PPI), a política de cálculo dos combustíveis adotada pela Petrobrás em 2016 e que chegou ao fim no mês passado.
“Desde o início do PPI, o uso de lenha pelos brasileiros aumentou 24%”, destaca. O preço médio anual do botijão de gás de 13kg subiu 50% em termos reais desde 2016, chegando a R$ 112 na média real para o ano de 2022. Em 2016, o preço médio anual real era de R$ 74.
Estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) aponta que desde 2018 a lenha é a segunda fonte de consumo de energia nos lares no Brasil. Em 2022, representou 26% da matriz energética residencial.
A eletricidade é a fonte mais usada, presente em 46% das residências do país. A terceira fonte de consumo é o gás de cozinha, que responde por 22% da matriz energética residencial.
Fonte: O Tempo