BELO HORIZONTE (MG) – A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) iniciou uma investigação, na segunda-feira, dia 7 de novembro de 2023, para apurar a prática de roubo e estupro na região Sul de Belo Horizonte. A vítima, uma mulher de 28 anos, e o suspeito, de 36, foram ouvidos na Delegacia Especializada de Plantão de Atendimento à Mulher na capital, onde ele teve a prisão em flagrante ratificada. Além dos crimes de roubo e estupro, o homem também é investigado por cárcere privado.
Os crimes teriam sido cometidos na residência da vítima, onde a perícia da Polícia Civil compareceu para os levantamentos. Outras diligências estão sendo realizadas pela PCMG, que também já pediu a prisão preventiva do suspeito.
De acordo com a delegada Larissa Mascotte, titular da Delegacia Especializada de Combate à Violência Sexual, a vítima, que é médica, é a segunda moradora do prédio, que está em obra. Ela estava chegando no apartamento dela, momento em que o investigado, pedreiro da obra, abordou-a no corredor. “Depois ele bate a campainha da casa dela falando de um cheiro de gás forte, perguntando se ele poderia verificar o interior da residência para ver se o vazamento saía da unidade dela. Ele adentra a casa, imediatamente tranca a porta, começa a pedir valores em dinheiro e amarra a vítima com o cadarço do tênis dela. Ele também joga a mulher na cama, pede a ela para desbloquear o aparelho celular e faz várias transações financeiras, transferindo cerca de R$ 4400 pelo aplicativo do banco”, detalhou a delegada.
Durante todo o tempo a vítima foi tratada com muita agressividade e ameaçada, segundo depoimento prestado à PCMG. “Em determinado momento, ele tira a roupa dela e começa a praticar vários atos libidinosos, tenta insistentemente, mas não consegue a penetração, chegando a machucar a vítima. Ele ainda ameaça a mulher, dizendo que iria matá-la se contasse à polícia”, acrescentou a delegada. A vítima ainda disse que ele procurou algo para atear fogo na casa, mas não encontrou, e que ela seria a primeira vítima dele que sairia viva.
Logo após os fatos, o investigado foi preso pela Polícia Militar na casa dele em Ribeirão das Neves. “Ele foi para a residência dele como se nada tivesse acontecido”, destacou a delegada Larissa. Sobre esse fato, a chefe do Departamento Estadual de Investigação, Orientação e Proteção à Família (Defam), delegada Carolina Bechelany, ressalta sobre como ele realmente acreditava na impunidade. “Ele voltou para casa como se nada tivesse acontecido, horas depois, não fugiu. É um crime que demonstra como as pessoas acreditam na impunidade e como a mulher é tida como um objeto. A Polícia Civil atua exatamente contra isso”, frisou a chefe do Defam.
A chefe da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher, ao Idoso e à Pessoa com Deficiência e Vítimas de Intolerância (Demid), delegada Danúbia Quadros, alerta acerca da importância da denúncia. “É muito importante que a mulher, vítima de violência sexual, denuncie, procure imediatamente os cuidados médicos para profilaxia e a polícia. Esse foi um crime gravíssimo, ocorrido dentro da casa da vítima, em que esse agressor acreditou na impunidade pelo modo como ocorreram os fatos. É preciso denunciar para a Polícia Civil atuar, diminuir as taxas de violência sexual, prender os responsáveis e realmente prevenir esses crimes contra as mulheres”, destacou.
O suspeito, que tem passagens policiais por furto e apropriação indébita, está no sistema prisional à disposição da Justiça. As investigações prosseguem com a realização de todas as diligências pela Polícia Civil para conclusão do inquérito policial nos próximos dias.
Fonte: PCMG